Em um dos trechos do estuário do rio embarcações já não podem mais navegar com segurança
Por Redação/Opinião | R2
A ausência de políticas públicas constantes e enérgicas pelos
governos estaduais e municipais em defesa do rio São Francisco, tem
contribuído para a acelerada degradação do Velho Chico afetando a
quantidade e a qualidade da água disponível para a própria manutenção de
vida do rio, bem como para a vida dos ribeirinhos.
A situação está cada vez mais critica e, em um dos trechos do
estuário do rio na região de Sergipe/Alagoas, embarcações já não podem
mais navegar com segurança, exigindo muita perícia dos pilotos, devido
aos bancos de areia e surgimento de pedras.
Prefeituras e Estados teoricamente divulgam projetos que não resultam
efeitos, mas, na prática, apenas ações do Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco, de associações e de poucos ribeirinhos
ambientalistas deixam acesa a esperança de salvar o rio da integração
nacional, que sofre com a erosão de terrenos das margens e com a
poluição dos esgotos das cidades, graves problemas que reduzem o volume
d’água, causas aliadas às represas hidrelétricas.
Esses poucos ribeirinhos que saem em defesa do Velho Chico são
representados, muita das vezes, por pessoas anônimas, mas ambientalistas
de coração, que escrevem, que cantam a agonia do rio. A ribeirinha
atriz e coordenadora teatral do município de Poço Redondo, no sertão de
Sergipe, Quitéria Gomes, que há muito tempo vem denunciando o descaso e
declarando amor para com o rio, escreveu, recentemente, a dor vivida
pelos protetores da natureza :
“Com tanto banco de areia
Já não dar pra navegar
Rio seco, povo triste
E a natureza a chorar
O peixe já se acabou
Canoeiro e pescador
Leva a vida a lamentar”.
(Quitéria Gomes)
Já não dar pra navegar
Rio seco, povo triste
E a natureza a chorar
O peixe já se acabou
Canoeiro e pescador
Leva a vida a lamentar”.
(Quitéria Gomes)
Que ações em prol do rio São Francisco, com projetos de recuperação
hidroambiental, sejam inspirados na força e na dedicação de ribeirinhos
que não desistem da luta em defesa do Velho Chico, nosso patrimônio
natural.
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